A ciência é clara: correr não é apenas exercício físico — é um gatilho biológico capaz de transformar seu humor, regular emoções e fortalecer o cérebro.

Um estudo publicado na Psychiatria Danubina por Markotić et al. (2020) analisou corredores recreativos e encontrou dados impressionantes: mais de 66% relataram redução de ansiedade, melhora do humor, autoestima elevada e até estados de euforia intensa — o famoso runner’s high. E isso não é “sensação subjetiva”: é neuroquímica pura. Durante a corrida, seu corpo libera endorfinas e norepinefrina, neurotransmissores ligados ao prazer e ao controle do estresse, ativando mecanismos naturais de autorregulação emocional.

Mais do que um alívio momentâneo, a corrida pode gerar mudanças cerebrais duradouras. Pesquisas clássicas, como a de Greist et al. (1978), mostram que programas de corrida são tão eficazes quanto a psicoterapia no combate à depressão — e com efeitos que podem durar até 12 meses após o fim do programa.

Do ponto de vista da neurociência, correr é um “treino” para o cérebro. Além das endorfinas, há aumento do BDNF (Brain-Derived Neurotrophic Factor), proteína que estimula a neuroplasticidade — a capacidade de criar novas conexões neurais.

Resultado: mais foco, memória afiada e resiliência emocional. Também há redução da hiperatividade da amígdala (menos reatividade ao estresse) e fortalecimento do córtex pré-frontal (melhor controle emocional).

Se isso parece algo moderno, as culturas ancestrais já sabiam disso intuitivamente. Os Tarahumara, tribo indígena no norte do México, correm distâncias absurdas como parte da rotina, celebrando não apenas resistência física, mas conexão com a comunidade e a natureza. O escritor Christopher McDougall, em Born to Run (2009), relata que essa prática está ligada a uma saúde física e mental invejável, além de baixíssimos índices de doenças crônicas.

O ponto é que corrida é mais do que queimar calorias. É um ritual que, com constância, reorganiza o cérebro e fortalece a mente. Você não precisa começar com longas distâncias ou ritmo de atleta: três sessões semanais de corrida leve já são suficientes para provocar mudanças profundas.

Em um mundo obcecado por soluções rápidas contra ansiedade e depressão, talvez estejamos esquecendo que a resposta pode estar nos nossos próprios pés.

Especialmente em populações com acesso limitado a terapia tradicional, a corrida pode se tornar uma aliada poderosa. A ciência precisa ouvir essas pistas do corpo em movimento.

Dica prática para começar hoje:

1.      Escolha um horário fixo para criar hábito.

2.     Comece com 10 a 15 minutos de trote leve.

3.     Use música ou podcasts que te motivem.

4.    Foque no processo, não no pace.

Passo após passo, corrida após corrida, no "seu pace"  você treina corpo e mente para viver melhor.

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Por Nicholas Santos

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